quarta-feira, 21 de julho de 2010

Vida real, não tem crédito final .

As perdas doem mais do que a saudade, cortam mais do que alguns dias de ausência. As perdas nos afetam mais do que as doenças, e nos deixam em mais agonia do que um amor mal acabado poderia deixar algum dia. As perdas vão nos arrancar de nossos lugares e nos sacudir no rosto da realidade. E embora pareça que nunca vai acabar, o tempo um dia vai te encontrar. A verdade é que todos nós sabemos que um dia vamos perder aqueles que amamos, e que também vamos nos perder. Acho que a morte não é um vulto encapuzado que vem causar tristeza. A morte é uma luz e uma porta para a eternidade. A morte não é o fim, o abismo não tem fundo, você vai continuar caindo. Mas vai cair em meio à cor, nada vai estar escuro. E todos aqueles que um dia você achou que tinha perdido para sempre, vão estar lá, caindo com você e por você também. A beleza do abismo não é o que vai estar do outro lado, é a queda. É o amor, amor por aqueles que te deixaram e amor por aqueles que você vai deixar. É tudo sobre o amor. Todas as coisas ao nosso redor estão ligadas a ele. E quando você perde alguém de um jeito irremediável é, sim, doloroso, mas as pessoas que nos amam nunca nos deixam de verdade. Elas vão estar nos nossos corações, e nas nossas mentes, vão estar nas fotos que tiramos, nas músicas que ouvimos e nas flores que vimos. E me diga se estou errada quando digo que todas essas perdas são curvas e atalhos no caminho da vida. Me diga se estou errada quando digo que o tempo vai curar a minha ferida.