sábado, 30 de abril de 2011

posso falar?

Outro dia escutei de uma menina uma coisa que outras pessoas já me disseram: você é diferente. Algumas dizem isso com a cara assustada, me olham como se eu fosse perigosa, louca, estranha. Outras me olham como se tirassem sarro de mim, algumas acham engraçado. Tem também um ou outro mais limitado que não entende absolutamente nada sobre mim e pergunta "Mas e aí? Você vai casar, ter filhos, um emprego fixo?” ... achando que a busca ou angústia por sentimentos, sensações, por algo que mova, por algo inexplicável, por vida, acabam com alguma decisão como assinar um papel. 

Minha mãe sempre teve muito medo que eu sofresse com minha personalidade, que eu enchesse de armas os inimigos e achava que eu queria viver sozinha no mundo. Meu pai sempre disse que sou “teimosa”. Até meu primo mais novo que eu acha que tudo seria mais fácil se eu fizesse as coisas dentro do padrão. No fundo, essas pessoas, eu sempre soube, morrem de medo de ver alguém tão parecido com elas exposto ao mundo da maneira mais humana possível. Com manias, medo de não ser amada, fracassos, vitórias cuidadosamente alarmadas sem medo do egocentrismo e desejos estranhos. Mas também existe o outro tipo de pessoas. O tipo que te ama, te ajuda, te admira, que queria ter sua coragem, que está ali pra você, que te acompanha, que te acolhe sem pedir nada em troca, que divide os mesmos sonhos e as mesmas loucuras, que te impulsiona, que te olha e te vê... 

Uma das pessoas mais importantes da minha vida sempre me disse “Não tenha medo de ousar” E acho que cresci acreditando nisso. Não que eu seja diferente.. Eu quero e preciso das mesmas coisas que as outras pessoas. Trabalho, dinheiro, casa, amigos, amor. A diferença é que eu quero mais que isso. Mais que o comum. Muito mais. As necessidades básicas são poucas, e é fácil mantê-las. Para o resto é que se precisa mais. Para o resto é que se precisa ir além. Eu sempre estive muito bem resolvida em relação a esse assunto e não tenho dúvida quanto ao caminho escolhido. Eu, do fundo do meu coração, tenho um orgulho absurdo de ser quem eu sou. Não vou dizer que é fácil, e que nunca deu vontade de desistir, mas vale muito mais a pena continuar. Tenho orgulho de conseguir transformar tudo o que dói em mim em aprendizado, fortalecimento, ao invés de sair transando com o primeiro idiota, encher a cara, me drogar ou simplesmente fazer de conta que nada está acontecendo, que nada me atinge e eu sou superior a dor.

Dói mesmo, eu me apaixono mesmo, eu sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo, às vezes eu ferro as pessoas mesmo. Tudo é bom, tudo é vazio, tudo é bom de novo. Viver é um absurdo e não dá pra passar por isso tão ileso. Eu prefiro ter histórias pra contar e como não dá pra fazer rascunho mesmo... 
Tenho orgulho de ter construído um mundo onde qualquer pessoa, da mais incrível à mais idiota, possa virar personagem. E de ter construído um mundo onde todos os sentimentos viram histórias com trilhas e a direção de arte certa. Dos sentimentos mais sem graça a aqueles que nos fazem querer se rasgar inteira ou abraçar o mundo. Um mundo onde o por acaso, o cotidiano, o qualquer, o cinza, tudo pode ser motivo para gostar mais ou sentir mais a vida.

 E nesse mundo, onde algumas pessoas acham que eu vivo nua para quem quiser me ver de todos os ângulos e me explorar e me sentir e me provar e me sacanear. Nesse mundo, eu vivo bem escondida e protegida. Ou vocês acham mesmo que eu sou inconsequente e construiria um castelo tão escancarado sem ter pensando na fortaleza perfeita para mantê-lo intacto?

sábado, 9 de abril de 2011

e as consequencias?

Sou um caso sério quando se trata de tomar decisões, sou terrível e de uma forma inexplicável me sinto indecisa em praticamente todas as situações. Sempre olho o lado bom e ruim de cada coisa e não sei pesar o que vai ser pior, ou melhor. As vezes eu sei, mas não quero admitir, pelo medo de arriscar. Quando se tem algo a perder é sempre mais difícil. Confesso que já gostei mais de correr riscos, de viver sem pensar no amanhã, mas ultimamente tem sido inevitável. Não consigo agir sem imaginar que consequência pode me trazer. Mas bem no fundo eu sei qual é o problema, é que minha razão, coração, e consciência..não andam em sintonia.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nunca sei.

Por algum motivo não abandono, mas desespero, não ignoro, eu me importo demais. A pergunta é sempre aquela que me faz pensar se vale a pena, afinal, como saber o que realmente é válido? Chega a hora de decidir e nenhuma resposta, apenas a conclusão de sempre: sou extremamente confusa.

sem medo de dizer.

No meu mundo, com meus pensamentos, meus sonhos, desejos, que eu só divido comigo mesma. O que sou vai tão além do que podem ver, eu queria poder libertar o que há dentro de mim, queria saber como fazer todos enxergarem quem eu realmente sou por dentro. Mostrar que posso ser ingênua, mas que nem por isso eu deixo de enxergar quando alguém realmente abusa desse meu jeito, talvez errado, ser assim tão diferente, ser tão minha, tão dentro do mundo que eu mesma criei pra mim. Sou como qualquer outra pessoa, tenho dias bons, e ruins. Tenho meus momentos de sumir, e aqueles em que o que eu mais quero é aparecer por aí, estar em todo lugar. Talvez um dia eu consiga, consiga mostrar tudo o que existe aqui, mostrar tudo aquilo que ninguém pode ver, que eu não permito que vejam, e é tão sem querer. Eu só quero mais liberdade, quero que me entendam mais, e julguem menos. Eu só quero ser eu mesma, sem precisar temer esconder.

Deixa

Eu vou continuar deixar você falando, mesmo que o assunto não me interesse, só pra ouvir sua voz. Eu vou deixar você rir das coisas mais bobas e que pra mim não tem graça, só pra ver você sorrir. Vou deixar que você ouça as músicas que mais goste, ainda que eu odeie, só pra te ouvir cantando. Eu vou deixar que você fique me olhando até sem eu querer, mesmo que me deixe sem graça, só pra ver como ficam seus olhos quando me observam. Vou deixar você me pedir o que quiser, só pra que eu realize os seus pedidos. Vou deixar você tendo seus ciúmes sem sentido, só pra te ver com aquela carinha de quem tem razão. Vou fazer de tudo por você, só não vou deixar que você me deixe, eu não saberia continuar se não tivesse você. Então deixa que eu te cuido, deixa que eu te tenha, deixa, pode deixar, deixa que eu vou saber te amar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nada

Nessas horas eu sinto vontade de sumir daqui, queria pelo menos por um tempo poder esquecer de tudo isso, sentir que nada disso ta acontecendo e que tudo ta bem pra mim. Eu queria poder não sentir, é, não sentir nada, acho que seria melhor. Não sentir toda essa dor, toda essa saudade que cada dia só aumenta. Por que tem que ser tudo tão difícil? Dizem que sem dificuldade não há graça, mas me diz por que pra conseguir o que se quer, alcançar sonhos, temos que sofrer tanto? É como se todos os dias um pedaço de mim se transformasse em nada, e eu queria ser nada, pelo menos hoje. Em segundos o mundo cai sobre minha cabeça e me diga, o que eu devo fazer? Ser forte quando o que eu mais sinto é vontade de me render a toda essa fraqueza. Uma alma que chora todos os dias, como se implorasse socorro, como se quisesse e precisasse ser libertada. Eu posso ouvir ela gritar aqui dentro, e essa voz me enlouquece, me faz querer desistir de tudo, me faz querer sair de mim. Eu não sei até quando aguento isso, não sei se suporto mais.

outra parte de mim.

Eu quase não sei sobre a vida, mas pelo pouco que sei, sei exatamente que a vida se resume a idas e vindas, que um dia tudo muda de lugar, onde você pode estar por baixo e de repente da a volta por cima. Mas o que fazer quando se vive em constante mudança? Sim, eu vivo assim. Hoje eu gosto, amanhã não quero mais, hoje eu quero, amanhã desprezo. Digo que amo mas esnobo, ignoro, não vou atrás. Ontem eu chorava, hoje eu sou outra pessoa, então não me pergunte por que eu já não te amo mais, pois o amor não é um contrato de eternidade. Não espere mais do que eu te dou, por que aprendi a me preservar á mim mesma, cansei de ser a mesma de todos os dias, agora vou me renovar, cada dia uma pessoa, cada dia um erro, sim eu gosto de errar, pra quando eu me achar, me descobrir, ter a certeza que tentei de tudo e dizer: Sim, agora sou eu mesma! Acertei!