sábado, 26 de junho de 2010

Palavras em minha cabeça.

Faz tempo que ele não fazia isso. Me olhou e entrou no meu quarto. Meu pai sempre foi paciente comigo.

- Posso entrar?

- Senta aí.

- Pois é.

- Pois é.
* Concordei com ele, nunca facilito as coisas pro meu pai.
* Tava sentindo uma horrível confusão de sentimentos. Uma combinação de raiva e vergonha por causa do meu comportamento infantil. Me defendendo por ser reclamada, nervosa por ser tratada como uma criança e percebendo que era hora de parar de me comportar com uma egoista horrorosa. *
* Meu pai sentou, esmagando sem querer, uma latinha de cerveja que tava embaixo do meu edredom. Pegou e mostrou pra mim.

- Que é isso?
*O que parece? tive vontade de perguntar.

- É uma latinha de cerveja pai.

- Imagine como isso faz sua mãe se sentir. * Lá vem ele me culpar * Você aí indo pra festas e bebendo cerveja.
*Isso é o de menos, e esperando pelo amor de Deus que ele não olhasse o que tinha debaixo da minha cama. Louca pra ele sair dali. O pobre homem não sabia da missa metade. Mas apesar disso tudo, continuei com vergonha por causa da maneira que andava me comportando.. *
* Sendo egoísta, ingrata e irresponsável *

- Você está sendo egoísta, ingrata e irresponsável.

- Eu sei.
* E que tipo de filha eu tô sendo? *

- E que tipo de filha você está sendo?

- Uma verdadeira merda.
* Coitada de minha mãe. Já basta tudo isso que ela passou. *

- Coitada de sua mãe. Já basta tudo que ela passou.

* Eu queria mesmo que esse eco mental parasse *
- Beber não afoga as magoas de ninguem, só ensina elas a nadar.

* Eu até podia achar isso uma coisa profunda e verdadeira. Das primeiras oitocentas vezes que eu ouvi isso. Mas agora eu já sabia do que se tratava. É a primeira linha do sermão de meu pai, "Os males da Bebida". Ah, eu ouvi tantas vezes que já podia repeti de có.

- " É uma coisa sem sentido " *
- É uma coisa sem sentido.
* "E pelo amor de Deus não quero acabar como minha tia Lili
" *
- E pelo amor de Deus não quero que você acabe como sua tia Lili.
* " É dinheiro jogado fora." *
-
É dinheiro jogado fora .
* " Dinheiro que eu não tenho " *
-
Dinheiro que voce não tem .
* " E isso vai destruir minha saúde " *
-
E isso vai destruir sua saúde .
* " E vai arruinar minha aparência " *
-
Não resolve nada.
* ERRADO! Ele se esqueceu de dizer que vai acabar com minha aparência! *
-
E vai arruinar minha aparência.

- Ah é, e vai arruinar sua aparência.

- Me desculpa pai, sei que eu fui muito mal com todo mundo e fico preocupando vocês, mas vou parar. Prometo.

- Boa menina.
* Me senti como se tivesse 3 anos e meio *

- Sei que não é fácil pra você.

- Mesmo assim não é desculpa pra eu me comportar assim.
* Ficamos sentados em siêncio *

-
E você vai deixar sua mãe em paz, e não vai mais preocupar ela?

-
Vou.

-
E vai parar de gritar com agente?

- Uhum.

- Não vai ficar mais fazendo essas coisas?

- Não.

- Você é uma boa menina sabia? Não importa o que digam seu tios, suas tias, seus avós, primos e sua mãe.


Obrigada meu pai.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Como meu pai me disse, "beber não afoga as mágoas de ninguém, apenas ensinam elas a nadar."

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas festas, levanta os braços, sorri e pensa: ‘eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também’. Mas, quando passa o efeito do wiskhy com energético e dos beijos descompromissados, a geração ‘tribalista’ vai pro psicológo, ou aluga os ouvidos do amigo mais próximo, e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, abandono e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo. Beijar, namorar e não ser de ninguém, :x é. Pra comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber a ligação no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra. . e por aí vai. As pessoas não conhecem a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, o carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é ligar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para sair de mãos dadas, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ‘alguém para amar’. Somos livres pra escolher! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser verdadeiro e se permitir viver um sentimento. .
É, e eu bem sei como é a falta de um 'alguem para amar'. Eu, exagerada toda vida, minhas paixões são ardentes. Minhas dores de cotovelo, de querer morrer. Louca do tipo desvairada. Briguenta de tô de mal pra sempre. Durmo treze horas seguidas. Meus amigos são semi-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!

Fui procurar respostas pra mim, encontrei isso aqui.

O Touro é muito egoísta. Só consegue ver as coisas sob o seu ponto de vista. E pronto! Ele está certo, sua opinião tem mais peso. E o pior é que não costumam mudar de idéia. O bom do touro é que ele sempre tem um "dinheirinho". Sempre. E se ele empresta ou te dá algum, colega, é porque ele gosta muito, mas muito de você. Touro ama prazeres: Sexo, comida e dinheiro. Um taurino sem sexo, fica amargo. Um taurino sem dinheiro fica mau humorado. E um taurino sem janta, quebra a casa toda. Mas é mais que isto. Seu dinheiro tem que significar contas pagas, e algum investido. O sexo do taurino não pode ser qualquer sexo. Não gosta de "rapidinhas". Este papo de "ali na escada de incêndio" ou "vamos ali atrás da moita" ele não gosta. E cuidado com o beijo taurino. Apaixona, bein! E ama comida decente. Não me venha com sanduiches, Big Macs. Ele quer arroz, carne, feijão, macarrão, sobremesa, talher, suco, aperitivo, bebidinha.
O touro também é ciumento demais. E odeia ser ciumento. E sua vontade de não ter ciume é engraçada, porque transparece.
O complicado é que o planeta que o rege é Vênus. Então se o taurino não for lindo, é no mínimo sexy. E se não for bonito, é rico, o que para muitas mulheres é o mesmo que bonito. A mulher taurina é muito, mas muito feminista. É firme, e teimosa. Adora a boa vida e ama o conforto. Se tiver uma taurina morando em uma pensão com mais oito no quarto, a cama dela, no beliche vai ser a de lençol mais limpo, sua toalha será a menos encardida e seu sabonte o mais cheiroso. A taurina ama namorar, mas como pensa em relação sólida, escolhe bem e avalia se o moço tem futuro na onde ele trabalha. Se a taurina namorar um desempregado é porque caiu nas mãos de um sagitariano safado e bom de cama, ou de um leonino xavequeiro que sabe falar baboseiras a luz do luar e da poluição ou de um pisciano com olhar distante e mãos espertas.. Mas mesmo assim, ela sempre terá um trocado na manga. E na barra também. Se você conhecer uma taurina negativa, cuidado. Ela vai te massacrar. E o pior, nem vai se comover. Lembra-se? Ela é um egoísta. Quer feri-la? Fique mais rico ou rica que ele. Viu como é dificil atingi-los? Ah, grandes gigolôs e cafetinas são de touro. Só perdem para o povo de peixes. Ah, taurinos não acreditam muito em signos. São mais "pés no chão". E que pés eles tem...

-Tá, e quem que é acredita nisso ?

Quem me encontrar, por favor devolva-me.

Tudo muda com a rapidez do inconstante .

Depois de um tempo, as coisas podem simplesmente não significar absolutamente nada. Costumava ter medo dessa tormenta sentimental, mas hoje em dia acho até normal. O que seria de mim vivendo o presente, mas presa ao passado. Deixei tudo lá, exatamente no lugar em que eu guardei. Isso me permite viver despreocupada. Coloquei tudo bem no fundo da gaveta, pelo medo de me desfazer... Minha mãe sempre reclama de como eu guardo coisas que eu nunca vou precisar. Mas, elas fazem parte da minha história, das minhas conquistas e perdas, da personalidade que eu construi. Mas não mais fazem parte dos meus sentimentos.
Já vivi, amei e perdi... Já é passado.
Está tudo lá, longe do alcance mas perto o suficiente para dá uma olhadinha. Na próxima limpa, quem sabe...

" Eu não sou inocente... não há inocentes no inferno. "

Não é que eu seja revoltada, mas é que nem sempre eu to de bom humor. Nem sempre a gente concorda com tudo, nem aceita tudo, e damos importância demais a coisas simples, fazendo tempestades em copos d'água. bem, eles precisam entender, que adolescentes entram em crise. Não é que eu seja a do-contra, ou a estraga-prazer. Não é que eu seja revoltada, mas às vezes quero mudar, e eles precisam entender. Não é sempre que eu to pra visitas, tem horas que preciso ficar só, trancada no meu quarto com o som ligado no volume mais alto. Ou simplesmente me isolar de tudo e saí por aí, talvez pra refletir um pouco, sem hora pra voltar e sem satisfação nenhuma a dar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ou encontra o que de você se esconde ou será pego de surpresa pelo que tanto procura.

Admito que fiz muitos planos, mas reconheço que muitos deles de planejados não tinham era nada. Alguns foram por empolgação e muitas vezes, até foram precipitados. Foram conseqüências de atitudes sem pensar junto a um monte de sensações novas. Deveria ter ficado queta ao invés de ter improvisado com tanta espontaneidade. Deveria ter fugido por causa do risco, do medo e da incerteza. Nunca deixaram de ser faísca, nunca deixaram de ser fumaça, nunca foram mais do que palavras sedutoras. Uma conformidade é pensar que tudo poderia ter sido pior e a decepção é pensar justamente o contrário. Digo sim que alguns desses planos foram passageiros, o que não significa que tenham deixado de ser intensos. A minha preocupação sempre foi a minha intensidade. Prefiro não pensar no que deixei de ganhar. Penso que tudo teria sido apenas diferente.
É o famoso efeito dominó, a cascata que leva para o chão, uma por uma, quaisquer esperanças que eu possa ter. Sucessão de dias ruins em plenas férias? É, comigo acontece. Odeio criar expectativas inúteis e me descobrir frustrada.

Perder é apenas uma questão de costume, qualquer hora eu aprendo.

Estou mesmo chegando a algum lugar. Aonde?

Amizade sempre foi uma palavra um tanto complicada pra mim. Vários enganos, várias derrotas, poucos acertos. A quantidade de acertos só não foi menor que o tempo de duração desses relacionamentos. Foi aí que, mais uma vez, o engano se apresentou até no que eu julgava já ter sido conquistado. Eu e essa excentricidade, essa velha mania de querer dar o meu melhor e desejar que o outro lado reconheça. E, quando não for desejar de mais, desejar também algo como uma troca recíproca... Aprendi que o funcionamento disso tudo se dá dessa maneira.

Algumas pessoas, ao longo do tempo, provaram ser o contrário. Algumas foram embora muito cedo, outras tarde de mais. Me deixaram entre lágrimas, entre incertezas, entre as estradas. Partiram com textos doces, rudes e até sem dizer uma só palavra. Não culpo elas, não as odeio e, a cima de tudo, não mais espero elas de volta. Prefiro, de verdade, estar só à ter que fingir compreensão.

Sim, voltando ao ponto de partida... Eu e essa mania de procurar algo que faça valer a pena.

A busca constante, um modo de provar a mim mesma que ainda existem exceções. Tenho o privilégio e o prazer de me deparar com poucas, porém indescritiveis exceções. Sorte a minha poder me deixar ser levada por sentimentos, sem vendas aos olhos, sem estipulação de tempo e o principal, sem me prender ao passado. Foram muitas as pessoas que passaram pela minha vida. Muitas também foram as que deixaram sua marca, tenha sido ela boa, ou ruim – ou as duas.

Mas, não sei porque costumo sentir remorso ao cortar laços quando enxergo neles algum tipo de nó. Me incomoda é o fato de me sentir presa a alguém. Me incomoda saber que faço o outro se sentir acorrentado à mim. Relações são escolhas, são trocas voluntárias de afeições, são uma construção recíproca. Mais do que tudo, são demonstrações cotidianas e espontâneas da importância que o outro exerce em quem você é e em quem pretende ser.

Quando não existe mais a vontade verdadeira de provocar crescimento, ou quando se é indiferente ao motivo daquele sorriso, sei lá a pessoa fica perdida. (Assim como estou agora, perdida em palavras sem sentido e sem saber mais o que escrever). Você caminha em círculos, tropeçando sempre naquela mesma pedra . Estupidamente tenta não ver o que é que te torna tão errante.

É difícil perceber.

Desata o nó.

Como se fosse fácil assim.

Eu bem sei que não é.

Mas eu sei que não quero.

( Desatar os nós )

Você só reconhece que já passou por aquele trecho apenas quando não existe mais onde tropeçar.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pensei que me tornaria cética, que teria preguiça, achei que fosse voltar a me fechar. Eu errei.

De páginas rasuradas, escritas com um milhão de cores, sou um livro aberto. Não sei arrancar uma só folha, o que não significa que algum dia eu volte a olhar o que me aconteceu. Sinto como se existissem trechos escritos em algum idioma velho que ninguém mais sabe ler. Tive medo que ninguém realmente quisesse saber o que era.
Errei de novo.

Eu sou aquela que monta um castelo nas mais belas expectativas, invejável por tamanha imponência. Ocultamente tão frágil, que desmorona com o sopro acidental da tua palavra mais torta
.
Nesse misto de angústia e desconfiança generalizada o que me resta é respirar bem fundo, pra ver se assim abro um espaço que me deixe raciocinar. Tem gente tentando metralhar o meu discernimento e outros que nem se dão ao trabalho de inventar uma boa história durante tal processo. Chegou um carregamento de muita coisa ruim nesses últimos dias, fecho aqui o meu espaço por tempo ainda indeterminado.

Coisas Que Me Fogem ao Controle.

Me foi pedido o número do telefone. Quem me ligaria seria a dona de uma voz já conhecida, mas que há muito não ouvia. O telefone tocou e, antes que vibrasse pela segunda vez, peguei. Lá esta eu, no começo da "liberdade" dos dezoito, perdendo totalmente o controle, de novo.

Será que existe algo mais emocional do que optar por ser racional, por medo de errar novamente? E o que é mais racional do que permitir que essa emoção guie cada um dos meus passos? Às vezes são tão altas as vozes de fora, que eu acabo não ouvindo o peito gritando. Mas dessa vez, o meu peito é que gritou alto demais, calando as vozes de fora.

Será que existe burrice maior do que saber todas as respostas? A gente pensa que, com o passar do tempo, aprendemos a pular as rasteiras que são passadas. Digo, por experiência própria, que existem tombos que eu adoraria tomar de novo. Mas eu aprendi demais, justamente por errar demais.

Os minutos na minha vida viram dias e semanas em câmera lenta, dentro da minha cabeça.. Meu coração está vazio, sem mobília. Mas tudo que eu preciso agora é de espaço pra construir alguma coisa dentro do meu peito, com as poucas peças que tenho em mãos.

Ah, com quem estou ao telefone? Com a saudade, que há muito não vejo. Ela está chegando, e não parece ter planos de ir embora tão cedo. Eu aguento. Basta que feche os meus olhos e dê play numas poucas horas de filme, e uma foto que eu tenho no meu guarda-roupa que eu não tiro de lá. Cá estou eu, no meu quarto no segundo andar, perdendo o controle, de novo.

Tudo acontecia devagar. Tudo parecia acontecer em câmera lenta.

Nada mudou: continua tudo mudando a todo minuto.

Oi, saudade. Fazia tempo que não te sentia. Mas agora já pode ir embora e parar de me atrapalhar a vida.