quarta-feira, 16 de junho de 2010

Coisas Que Me Fogem ao Controle.

Me foi pedido o número do telefone. Quem me ligaria seria a dona de uma voz já conhecida, mas que há muito não ouvia. O telefone tocou e, antes que vibrasse pela segunda vez, peguei. Lá esta eu, no começo da "liberdade" dos dezoito, perdendo totalmente o controle, de novo.

Será que existe algo mais emocional do que optar por ser racional, por medo de errar novamente? E o que é mais racional do que permitir que essa emoção guie cada um dos meus passos? Às vezes são tão altas as vozes de fora, que eu acabo não ouvindo o peito gritando. Mas dessa vez, o meu peito é que gritou alto demais, calando as vozes de fora.

Será que existe burrice maior do que saber todas as respostas? A gente pensa que, com o passar do tempo, aprendemos a pular as rasteiras que são passadas. Digo, por experiência própria, que existem tombos que eu adoraria tomar de novo. Mas eu aprendi demais, justamente por errar demais.

Os minutos na minha vida viram dias e semanas em câmera lenta, dentro da minha cabeça.. Meu coração está vazio, sem mobília. Mas tudo que eu preciso agora é de espaço pra construir alguma coisa dentro do meu peito, com as poucas peças que tenho em mãos.

Ah, com quem estou ao telefone? Com a saudade, que há muito não vejo. Ela está chegando, e não parece ter planos de ir embora tão cedo. Eu aguento. Basta que feche os meus olhos e dê play numas poucas horas de filme, e uma foto que eu tenho no meu guarda-roupa que eu não tiro de lá. Cá estou eu, no meu quarto no segundo andar, perdendo o controle, de novo.

Tudo acontecia devagar. Tudo parecia acontecer em câmera lenta.

Nada mudou: continua tudo mudando a todo minuto.

Oi, saudade. Fazia tempo que não te sentia. Mas agora já pode ir embora e parar de me atrapalhar a vida.