domingo, 25 de julho de 2010

Quando parece mentira, é porque é verdade.

Uma coisa é você ver uma pessoa e ficar feliz, triste, nervoso ou até com raiva. Mas o problema - que tem sido cada vez mais comum na minha vida - é quando não sei o que sentir ao ver algumas pessoas. Olho para mim e vejo um monte de pontos de interrogação em meus pensamentos. Não que essas pessoas não despertem reação nenhuma em mim. Longe disso. É que são espíritos tão intensos e cheios de detalhes que a única sensação que tenho é a de estar sendo bombardeada a todo instante, em cada vez que essa pessoa fala comigo. E dessa confusão surge uma enorme vontade de sentir aquilo denovo, de tentar ver quanto tempo eu consigo ficar ali, e de ser bombardeada denovo, até que todos esses destroços formem uma figura que eu possa entender, e dar a ela um nome. E eu me acho péssima para nomear as coisas. A previsibilidade se torna um tédio e nenhuma das pessoas legais, chatas, ou mais-ou-menos te despertam interesse. Tudo que você quer é rever e falar com aquela que te diz muita coisa só com um movimento de olhos e você não consegue entender nem dez por cento de tanta informação. Quer andar todos os quarteirões do mundo com os olhos fitando o chão, com mãos tateando bolsos vazios e sorrir a cada passo que essa pessoa dá ao seu lado. E enquanto isso não acontece, vivo inventando palavras para dar nomes a pessoas e coisas sem sentido.