terça-feira, 29 de maio de 2012

O que não se pode evitar.

Já não posso usar a desculpa de ainda ser cedo, porque já não mais o é. A verdade é que o mundo está cheio de pessoas desinteressantes, com as quais eu tenho preguiça até de conversar. O que eu acho é que homens, são seres simples demais, previsíveis demais, 2D demais. E é exatamente isso: não encontro uma pessoa que seja dona de complexidade suficiente para aguçar meus sentidos. Meu coração tem batido como um marcapasso tum tum / tum tum / tum tum. Nada tem me tirado o fôlego, nada tem contorcido a minha espinha, nada tem me feito sentir saudades.

Saudade é lindo de se sentir, espontâneo e inofensivo. Você pode dizer pra quem quiser, ninguém some após ouvir que outro sente saudade, ‘eu te amo’ já é outra história.

E aí você que está lendo essa palhaçada vai dizer que eu sou muito exigente e eu te responderia… Alguma vez eu insinuei não ser? Pior ainda é ser orgulhosamente exigente. Posso dizer que não é intencional, que não foi uma opção, ao mesmo tempo que, caso fosse, minha sinceridade deixaria escapar que minha escolha não me tornaria diferente do que sou hoje.

Eu já não acredito em muita coisa. 20 e poucos anos e fica difícil pra que eu acredite em inocência, por exemplo. A gente vai perdendo a leveza, perde o receio de compulsivamente falar certas coisas perto ‘daquela’ pessoa. Chego a pensar que armamos uma armadilha atrás da outra, por culpa dessa preguiça de conhecer alguém mais a fundo. Eu penso em tudo o que não posso fazer e o que eu faço? Tudo ao contrário, claro. Às vezes chego a pensar que perco a referência de quem eu realmente sou, tudo pra provar pra mim mesma um monte de teorias sobre esses flertes.
Dificilmente erro, aliás.

E a gente ainda diz que não tem medo. Culpamos a circunstância, a atual, a ex, a nossa exigência. Culpamos o menino que nos roubou um beijo aos 13 anos, culpamos a pessoa que nunca conseguimos amar.
A gente cisma em dizer que o problema é qualquer outro, mas nunca, por nenhum segundo, medo.

No meu caso além de medo, também foi a imaturidade. Ah, e acho que todo mundo tem aquela fase na vida de sair por aí e querer ter todo mundo e não ser de ninguém, mas depois com a idade perceber que, bem, isso não vale a pena...

E, por não querer mais me ver tão errada, tão torta, tão rigorosa comigo mesma e com as histórias que protagonizo. Aprendi que preciso ser tolerante, que não posso me deixar ser tão orgulhosa. Aprendi que preciso procurar minhas falhas, mesmo quando só pareço enxergar as dos outros. Aprendi que não posso querer que o outro adivinhe o que sinto ou que saiba sempre a maneira como quero que aja. Aprendi, sei que aprendi.

Quero desarmar-me frente a tudo que tenha potencial pra me cativar. Quero viver, arriscar, experimentar. Quero nem pensar em perder meu tempo com alguém que não tenha percorrido essa mesma trilha, com quem não esteja pronto, com quem se doe dessa maneira sempre tão fragmentada. Isso tudo eu também aprendi.

Porque quando valer a pena, só alcançar não basta. Tem é que segurar forte entre os braços, tem que ser por inteiro.

Sabe, tô cansada daquela história de “não vou falar isso porque ela vai achar que estou muito a fim dela”. Foda-se.
"Mexa no cabelo, finja que não vê, blablabla, beija a amiga." QUE? Desde quando? Não tenho mais paciência e nem idade pra esse tipo de coisa. E se eu precisar disso pra engrenar qualquer coisa: VIXE!

Eu não tenho medo de dizer o que quero. Na verdade, tenho medo é de querer o que eu quero.