sábado, 30 de outubro de 2010

não é e ponto final.

Eu bem queria que fosse. Você me decifra quando eu menos espero, diz que entende o que eu digo e minha vontade de ir embora. Entende minhas vontades e que eu reclamo que estou solteira há tempo demais. E diz que ou eu subestimo, ou eu superestimo as pessoas. Nem a minha terapeuta percebeu isso.

- Eu, por exemplo. Você me subestima muito. Não deveria ser assim.

É, não deveria e eu juro que tentei ser diferente. Mas é que, bem, não me leve a mal, mas não é você. Não é você porque aquele dia que eu te abracei e eu senti o teu coração, mas procurei o meu coração de volta e não achei nenhuma batucadazinha, nem assim de leve. Não é você, porque você falou comigo e eu não tive vontade de responder. Nem aquela votadezinha de te dar uma mordida, de leve. Não é você, porque eu percebia o seu nervoso e só pensava que queria muito que fosse, porque aí estaria tudo resolvido e eu não teria mais historinhas tristes de amor pra contar. Eu bem que tentei. Mas não era você.

Não é você, porque eu tentei falar de mim e só ouvi de você. Não é você porque eu bem que tentei ser autêntica, mas me descobri fazendo tipo pra te agradar. Não é você porque eu descobri uma psicose em voce e eu não entendo gente que é tão "encucada". Não é você porque você é do tipo que gosta de discutir as coisas e eu bocejo só de ouvir falar nisso. Não é você porque eu não gastei noites em claro na internet e nem quis ser tão seletiva. Não é você porque, desculpe dizer, eu me peguei pensando em outra pessoa – e pior: não é você porque eu me peguei pensando em outra pessoa de quem eu nem gostava tanto assim.

Eu bem que queria não ser exigente e não subestimar e voltar a passear de mãos dadas depois de nem lembrar mais como é que se namora. Mas não é você, e não é papel nem meu, nem seu, fazer com que seja. Ser você era vontade de Deus, do destino, da conjunção dos astros, de algum encontro de planetas não previsto no meu mapa astral e, desculpe, mas isso não aconteceu. Não é você, entende? Eu queria demais que fosse, mas não é você. Entende? Pela última vez, eu até gosto de você e queria gostar mais. Mas não consigo, porque não é você. Assim, pronto, simples assim. Não é você.